O artista foi enterrado neste domingo em
Cubatão.
Faleceu neste fim de semana, aos 62 anos de
idade, o poeta cubatense Leonardo Firmino dos Santos, ou simplesmente Leonardo
Só, como costumava assinar seus textos. Várias vezes vencedor do Mapa Cultural
Paulista fase regional, o escritor tinha diabetes e sofreu complicações do
diabetes. Leonardo teve falência múltipla dos órgãos. O enterro foi ontem (6),
no Cemitério Municipal de Cidade.
Leonardo era natural de Pombal, no
sertão da Paraíba. Aos 14 anos idade mudou-se para Fortaleza, capital do Ceará,
onde iniciou o ofício de escrever poesias, contos e textos em prosa. Foi nesta
cidade que o artista teve o primeiro contato com a Literatura, por meio de
manifestações populares como cordel e reisado, e através da troca de ideias com
os poetas urbanos cearenses.
Veio para Cubatão em 1980 e desde então,
fortaleceu sua poesia na cidade, participando de saraus e da Sociedade Amigos da
Biblioteca, SAB. Leonardo Só foi finalista do Mapa Cultural Paulista em 2008 com
o texto "Poema do Adeus", transcrito abaixo. Ano passado, lançou junto com seu
amigo e também poeta, Natan Alencar, o livro "Duplo Mergulho", com textos dos
dois autores.
Dono de uma escrita especial, contemporânea, em prosa,
Leonardo reunia o que há de melhor em um artista: a não negação à cultura natal,
a sensibilidade, a busca pelo amor e pela felicidade. Em seus últimos textos,
assinava, também, com o codinome de "Poeta Clandestino", uma alusão ao seu modo
simples de viver e encarar a vida e a literatura, cruas e belas, como elas
são.
Poema do Adeus
Então,
ficamos assim:
eu esqueço de você
você esquece de
mim.
Você deixa a chave,
eu fecho a porta.
A
saudade bate,
o amor acorda.
Na cozinha, pego um
copo
e bebo o gosto da tua boca.
Na sala, ponho uma
música
e danço sozinho.
Limpo a vidraça
e
vejo quando o teu vulto passa:
expurgo desejo que o meu corpo
cospe!
(Leonardo Só - poeta clandestino)
Texto: Morgana Monteiro - Mtb 29.202
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