29 de set. de 2009

Uma experiência literária com a escritora Flávia Muniz em Cubatão

Uma conversa que alimentou a cabeça, a alma e o coração. O bate-papo da escritora Flávia Muniz com dezenas de adolescentes na Biblioteca Central de Cubatão foi um sucesso na manhã desta segunda-feira (28/9). Estudantes do Colégio Evolução e do Projeto São Vicente de Paulo lotaram a Sala de Leitura. Dona de uma comunicação bastante eficaz para aqueles que estão descobrindo mundo em que vivem, a autora falou sobre a importância da leitura nesta fase da vida. “Vocês já aprenderam a ler e agora precisam se alimentar de literatura. E os livros são os instrumentos do conhecimento”, disse.
          Para a autora, cada livro é um tesouro particular, porque além de retratar uma época, é a ponte entre o leitor e o escritor, uma troca de experiência humana que nunca foi, nem poderá ser substituída. Durante o encontro, Flávia Muniz falou sobre a magia que existe nas bibliotecas, tema do livro que está escrevendo agora. De acordo com ela, ao olhar para uma prateleira cheia de publicações, somos realmente livres para escolher por onde queremos viajar. E é neste momento que somos desafiados a desvendar esse novo território, descobrindo nossas preferências pessoais. Segundo Flávia, sempre haverá uma história que vai mexer com o coração da gente e é por isso que os livros têm o poder de mudar a nossa visão de mundo.
          A reunião ultrapassou a hora prevista para felicidade dos estudantes. Bastante atentos, os jovens fizeram muitas perguntas sobre as obras da escritora, seus livros preferidos, sua fonte de inspiração e até como fazer para se tornar um autor de sucesso. Sorrindo, Flávia respondeu a essa última questão: “A coisa mais importante do trabalho é ser feliz. É bom a gente ganhar dinheiro, mas ainda mais interessante é fazer algo que modifique o mundo em que você vive, mesmo que seja só na sua comunidade”, afirmou.
          Flávia Muniz é a terceira convidada desta edição do Projeto Viagem Literária, programa de incentivo à leitura da Secretaria de Cultura do Estado, em parceria com a Prefeitura de Cubatão. A Secretária de Cultura e Turismo da Cidade, Marilda Canelas, reafirmou a paixão que a autora expressa pelo público infanto-juvenil: “A Flávia gosta tanto de crianças e adolescentes que há 20 anos escreve pra vocês”, afirmou Marilda.
          E é verdade. A escritora, que sempre gostou de suspense, decidiu criar histórias de fantasmas, assunto que agrada bastante os adolescentes. Tal empenho fez com que sua obra “Os noturnos”, um romance vampiresco, fosse a quarta publicação mais lida nas bibliotecas municipais de São Paulo, segundo a Revista Vejinha/SP. Já publicou mais de 50 livros, ultrapassando a marca de três milhões de exemplares vendidos, entre eles: Manual dos namorados, Viajantes do infinito, Uma sombra em ação, Rita não grita!, Fantasma só faz buu! e Brincadeira de Saci. Tanto sucesso garantiu à escritora um prêmio de Melhor Livro Infantil da APCA, duas indicações ao Prêmio Jabuti e dois títulos traduzidos para o espanhol.
          Flávia Muniz é paulista, nasceu na cidade de Franca e é formada em Pedagogia. Foi professora por muito tempo e foi justamente na sala de aula que descobriu a vocação para ser escritora. Um belo dia, ela decidiu entregar para cada criança um livro infantil para que elas lessem durante a aula. A conversa e a bagunça foram engolidas pelo silêncio da leitura. Flávia achou incrível uma história ter o poder de deixar 32 crianças de uma 2ª série do Ensino Fundamental completamente quietas. “Quem dá aula sabe do que estou falando. Isso é mágico”, afirmou.
          Flávia Muniz é contemporânea, antenada na atualidade. Ao falar sobre sua inspiração para escrever, disse com muito bom humor: “As histórias ficam escondidas em algum lugar, acho que no céu. Aí eu me concentro, faço um ‘download’ e essas histórias aparecem na minha cabeça”. E é dessa maneira, com essa linguagem despojada, que a autora continua contando boas histórias e deixando os jovens cada vez mais espertos para descobrir coisas novas.
Texto: Morgana Monteiro
Fotos: Dílson Mato Grosso


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