14 de mar. de 2012

Cubatão tem o que comemorar no Dia Nacional da Poesia

Escritores terão mais espaço com Fundo de Incentivo, o Ficc

Em 14 março é comemorado o Dia Nacional da Poesia. E Cubatão tem o que celebrar nesta data, com uma lista imensa de artistas que se entregam ao doce ofício de transformar ideias em poemas. A tradição vem de longa data, da época em que o cubatense Afonso Schmidt, nosso poeta maior, se deleitava descrevendo as belezas naturais e a cidade de seus sonhos, a sua Zanzalá.
Da metade do século passado para cá, muita coisa mudou, menos a paixão do cubatense pela poesia. Nos últimos quatro anos, a produção literária na cidade cresceu. Foram pelo menos 20 livros de poesia lançados nesse período, segundo o secretário de Cultura, Welington Borges. “A cidade é rica em Literatura porque tem gente que ama poesia, realmente. Mesmo quem não tem livro publicado se aventura a escrever e tem a oportunidade de divulgar suas ideias nos festivais, concursos e encontros que Secult organiza durante o ano inteiro. Isso sem contar a Revista Cultural, em que publicamos, mensalmente, poemas de autores do município”, diz.
Com o aporte financeiro oferecido pelo Fundo de Incentivo à Cultura de Cubatão, o Ficc, muitos desses artistas também terão a oportunidade de publicar suas obras por meio de editais e prêmios. O Ficc deve iniciar suas atividades ainda neste semestre, tão logo sejam escolhidos seus componentes. “O Fundo é uma maneira do poder público investir na produção literária e nos artistas em geral, nos mais variados segmentos”, completa o secretário.
Em Cubatão, temos mais poetas do que podemos imaginar. São aqueles que, embora não tenham seus poemas em livro, usam a vida para criar. É uma lista incontável de artistas anônimos que disponibilizam em locais virtuais, como os blogues, suas lindas e despretensiosas poesias. Espaços hoje tão eficientes para divulgação da obra quanto uma publicação em papel. Outros, também o fazem em sala de aula: é o caso de Mô Amorim, que lança poemas entre seus alunos e que também tem ideias dignas de um belo livro (www.estripitizese.blogspot.com ).
A grande maioria dos artistas concorda que a safra de escritores é muito boa. Interessante dizer que a ideia do que é “fazer poesia” leva todos a um só patamar: prazer, massagear a palavra em suas potencialidades. Para Natan Alencar, autor de O afeto que lhe resta, a data já é um bom pretexto para realização de um sarau, cheio de risadas, palavras, abraços e tudo mais que possa ser açucarado com o poema das coisas. “É um dia bom até para criar poesia porque é ela que nos deixa muito satisfeitos. Não descansa e não cansa. Está sempre estendida no leito da memória e dos fatos”, brinca. Natan também tem suas ideias em www.tabuaepaixao.blosgpot.com.
O Dia Nacional da Poesia foi criado para homenagear Castro Alves, no dia de seu nascimento. Para a escritora Viviane Távora, a data é bastante significativa, já que este baiano ficou conhecido como o “poeta dos escravos”. A autora dos livros Limeriques da Praia-Louca, Pé de uma coisa pede outra e idealizadora do Prêmio Literário Tatiana Belinky de Limeriques (www.portalpanapana/premio) acredita no poder libertador da criação: “Com a poesia, podemos alterar a ordem natural das coisas, inventar sentidos e recriá-los, re-significar o que para alguns pode ser a escravidão da palavra, da vida”.
Texto: Morgana Monteiro

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