1 de set. de 2010

Cubatense lança livro de memórias sobre sua vida e a Vila Light

"Simplesmente Nadia" será lançado dia 25/9 na Biblioteca Municipal e conta a história da Nadia Nunes Spiti

Nadia Nunes Spiti é uma cubatense que como muitos outros nascidos na cidade tomou banho no rio, subiu em árvores, aprendeu a tocar um instrumento musical e viveu na saudosa Vila Light, hoje, Henry Borden. A história de vida que começou dentro da vila industrial foi parar nas páginas de um livro. Nadia escreveu: "Simplesmente Nadia", que é mais do que um registro sensível das reminiscências da autora. Além de autobiográfico, o título passeia pela história da Vila Light e até pelos maus presságios da ditadura.

A autora participou da Bienal do Livro de São Paulo com esta publicação e agora, realiza o lançamento do título em Cubatão. Será dia 25/9 às 15h na Biblioteca Municipal Central (Av. Nove de Abril, 1977) onde haverá uma tarde de autógrafos. "Espero que muitas das pessoas que aparecem nestas páginas estejam presentes neste dia, que servirá para matarmos saudades e relembrarmos o 'paraíso' que foi a Vila Light", afirmou Nadia, em visita à Biblioteca Municipal nesta terça-feira (1/9). Ela lembra do espaço verde, organizado, e dos muitos amigos que conquistou durante todos os anos que morou na rua Maranhão.

Aos 66 anos de idade, Nadia em nada se parece com as tradicionais avós que se limitam ao crochê e às novelas. Ela tricota e assiste TV sim, mas dirige um automóvel utilitário, é gerente de loja, e nos momentos de lazer se dedica ao artesanato, ioga e cuida de plantas. Aliás, na capa do livro está uma de suas paixões: as bromélias, flor que ela cultiva em seu quintal. Hoje morando em São Paulo, Nadia lembra com alegria e sem ressentimentos, o passado tão límpido que viveu em Cubatão. Toda renda com a venda da publicação será revertida para um projeto dela junto a moradores de rua.

Neste livro, a escritora relata fatos de sua infância, momentos marcantes de sua vida, tudo com muitas fotos. Destaque para os dias em que aos 24 anos, em plena felicidade com dois filhos ainda bebês, foi surpreendida pela ditadura. Seu marido, hoje com 72 anos, foi violentamente retirado de seu convívio, tornando-se preso político. Nadia conta a experiência de uma jovem que teve de passar a conviver com a violência, sofrimentos, constrangimentos, e principalmente, a luta incessante pela liberdade de seu companheiro. "Mesmo diante de tantos problemas não perdi a esperança. Por amor, tornei-me uma pessoa forte, corajosa e guerreira", afirma Nadia. No combate à intolerância, Nadia descobriu que manter a doçura intacta foi o melhor caminho.

Texto e fotos: Morgana Monteiro

2 comentários:

  1. Realmente uma das mulheres mais fantásticas que eu já conheci. Eu que li o livro tantas vezes, antes mesmo da publicação fiquei encantado, emocionado e com vigor renovado ao saber da história da Dona Nadia. É um livro que todos devem ler, rir, espelhar e se emocionar. Assim como eu me emocionei ao ouvi-la contar trechos pessoalmente e tinha que disfarçar para não chorar ali mesmo na frente da autora.
    Parabéns a esta mulher incrível e pela sua determinação tão peculiar. Para mim é um privilégio ter feito parte mesmo que só uma minúscula parte desta publicação.

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  2. Realmente uma das mulheres mais fantásticas que eu já conheci. Eu que li o livro tantas vezes, antes mesmo da publicação fiquei encantado, emocionado e com vigor renovado ao saber da história da Dona Nadia. É um livro que todos devem ler, rir, espelhar e se emocionar. Assim como eu me emocionei ao ouvi-la contar trechos pessoalmente e tinha que disfarçar para não chorar ali mesmo na frente da autora.
    Parabéns a esta mulher incrível e pela sua determinação tão peculiar. Para mim é um privilégio ter feito parte mesmo que só uma minúscula parte desta publicação.

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